segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

why not?!

Paulo Pereira da Silva é físico, tem 49 anos e e é Presidente da Renova.
No TEDxO´Porto proporcionou uma das “talks” mais inspiradas, quando revelou o segredo do seu sucesso e o histórico emocional que está/esteve por trás de algumas das suas decisões mais controversas.
De facto, inovar nas empresas é difícil, se pensarmos que tudo já está inventado. Mas, mais difícil ainda será inovar ou sermos criativos quando o objecto do negócio é… papel higiénico!!! O certo é que, Pereira da Silva, conseguiu fazê-lo e o mais difícil terá sido explicar aos seus colaboradores porque razão haveriam de transformar o imaculado branco do papel higiénico no preto nocturno que habita as casas mais chiques de Nova Iorque ou Tóquio.
Na realidade, confessou, a ideia apanhou-o desprevenido e surgiu num espectáculo do Cirque du Soleil na criativa cidade de Las Vegas. Segundo Pereira da Silva, tinha na sua memória uma campanha da Renova que tinha acabado de ser feita. Imagens onde corpos nus eram laçados por fitas de papel branco. No espectáculo, esses corpos, igualmente nus, eram desta vez enrolados por grandes fitas negras. E foi da relação entre ambas as imagens que tudo pareceu lógico: papel higiénico preto… why not?
Regressou entusiasmado e ansioso por levar à prática a sua visão. Depois de uma primeira fase de pesquisa, que passou pela viabilidade dos pigmentos sem arriscar o compromisso ambiental da empresa, foi confrontado com as reticências da sua própria equipa: “porquê preto?” e, à falta de argumento, respondia: “e porque não?!”.
Na altura, nem sequer se preocupou em fazer análise de mercado e revelou, com grande sinceridade que o que mais o assusta é pensar que se a ideia não fosse sua... talvez não tivesse sido aprovada. Assusta, pois foi graças a essa ideia que hoje a Renova está bem posicionada no mercado internacional: precisamente com o impacto e a incrível audácia de tornar o papel higiénico… sexy!
Talvez para evitar que outras ideias inovadoras e igualmente criativas não fossem desenvolvidas, Pereira da Silva criou na própria Renova um cluster criativo, para onde recrutou pessoas das diversas áreas que tinham o perfil que ele considerava o necessário.
De facto, hoje Pereira da Silva diz limitar-se a ser a pessoa que “aquece e baixa a temperatura desse laboratório criativo”. Que os espicaça, quando percebe que estão apáticos, e põe as coisas em perspectiva, quando percebe que há demasiada coisa a acontecer”.
Como curiosidade, este espírito inquieto e criativo, diz que uma das suas metodologias de trabalho é viajar. Viaja, e incita os que consigo trabalham a fazer o mesmo. Mas as suas viagens também têm um objecto invulgar: um dos sítios que visita e fotografa são… supermercados. Diz ser neste espaço que conhece verdadeiramente a cultura local, aproveitando igualmente para fazer análise de mercado, o que o levou a ser expulso destas verdadeiras mecas do turismo por diversas vezes.

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